domingo, 26 de agosto de 2012

Introdução


A contribuição dos africanos na formação do Brasil foi essencial tanto na composição física da população quanto na conformação do que viria a ser sua cultura, que inclui dimensões como língua, culinária, religião, música, estética, valores sociais e estruturas mentais.A principal razão para o estudo do continente africano é que facilita o conhecimento sobre a história do Brasil. Muitos fatores da nossa história ficam de compreensão superficial, subestimados ou desprezados em face da ausência de informações históricas. O passado desses dois espaços se encontra interligado por conseqüências históricas.

Além disso, a música,a dança a culinária e até a religião foram encrementadas com caracteristicas africanas, como o exemplo da capoeira, que foi trazida pelos africanos durante a época da escravidão. Trouxeram suas músicas, sua dança, seus instrumentos e um universo cultural riquíssimo. Os negros introduziram na culinária brasileira o leite de coco-da-baía, o azeite de dendê, confirmou a excelência da pimenta malagueta sobre a do reino, deu ao Brasil o feijão preto, o quiabo, ensinou a fazer vatapá, caruru, mungunzá, acarajé, angu e pamonha.A culinária africana fez valer os seus temperos, os verdes, a sua maneira de cozinhar. Modificou os pratos portugueses, substituindo ingredientes; fez a mesma coisa com os pratos da terra; e finalmente criou a cozinha brasileira.Se nossa religião é do jeito que é hoje, é devido aos escravos africanos, que trouxeram o candomblé, e outros cultos, que misturados com o catolicismo deram origem ao que presenciamos hoje.
Todavia, não herdamos apenas heranças positivas, mas também negativas, o período de colonização do Brasil foi marcado por escravatura negreira, vinda principalmente da África, e isso tem reflexo no mundo atual, já que a raça negra sofre preconceito até hoje.Para que haja também uma interpretação dos Quilombos, que vai muito além da ideia simples de negros fugidos para o mato, depende de conhecermos a complexidades das sociedades Africanas, das rotas de comércio e dos intercâmbios comerciais entre as nações Africanas.

Apesar de tudo isso, a África, é revelada na mídia como uma extensa selva, uma savana de proporção inigualável, habita por elefantes, leões e girafas ou como um continente castigado por toda sorte de misérias, pelas doenças e pela fome. Contudo, especialistas alertam sobre as dificuldades de compreensão dos olhares, principalmente, estrangeiros que passam pelo continente africano suas interpretações e trajetória das leituras realizadas sobre os africanos, que revelam as representações construídas ao longo do tempo acerca da África.

Interpretações essas que incorporamos a partir do período colonial, demonstrando que as representações deturpadas sobre esse continente não são uma exclusividade do presente, e que vem sendo reforçadas ao longo dos séculos. Logo, é importante um estudo prévio do continente africano para que se entenda sua situação atual. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sudão e Sudão do Sul

O Sudão, oficialmente República do Sudão, é um país africano. Entre 1820 e 1822, é conquistado e unificado pelo Egito e posteriormente entra na esfera de influência do Reino Unido. As recentes políticas financeiras e investimento em novas infraestruturas não evitam que o Sudão continue a ter graves problemas econômicos. Desde 1997 que o Sudão tem vindo a implementar medidas macroeconômicas aconselhadas pelo FMI. 
Começaram a exportar petróleo em 1999; a produção crescente desde produto (atualmente 520.000 barris por dia) deu uma nova vida à indústria Sudanesa, e fez com que o PIB subisse 6.1% em 2003. 
Como os Estados Unidos iniciaram sanções com o Sudão desde 1997, suas petrolíferas se retiraram do país neste ano. Apesar de todos os desenvolvimentos econômicos mais recentes derivados da produção petrolífera, a agricultura continua a ser o sector econômico mais importante do Sudão.


Há 50 anos, vêm acontecendo guerras civis no Sudão. Devido ao conflito religioso entre o Norte mulçumano e o Sul animista, o país realizou um plebiscito em 09/01/2011. A votação teve aprovação de 98,83% da população, o ditador Omar al-Bashir beneplácito que entrou em vigor em 07/02/2011. A separação gerou conflitos, pois a economia do antigo Sudão tem sua base na exploração do petróleo e tal produto tem sua extração localizada no Sul.
Nos últimos tempos, a região sul do Sudão (país africano) era referida como Sudão do Sul, uma região autônoma que lutava pela independência política. Também conhecido como Sudão Meridional, o processo de independência foi iniciado em 2005, quando o governo sudanês concordou em conceder à autonomia à região a partir do Tratado de Naivasha.
--------------------------------------------------------Comentário--------------------------------------------------------
A separação do país foi importante para manter a paz das duas culturas ainda que as guerras religiosas devam ser superadas e o respeito deve ser mútuo na humanidade. A previsão é que o Sudão do Sul possa vir a ser o país mais pobre da África, assim como aconteceu quando o Timor Leste se separou da Indonésia. Saiba mais sobre a negociação do petróleo:   

Fontes:
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/sudao-e-sudao-do-sul-chegam-a-acordo-sobre-petroleo

http://exame.abril.com.br/economia/mundo/noticias/uniao-africana-separacao-no-sudao-deve-acabar-com-conflito http://pensandonodiaadia.blogspot.com.br/2011/06/separacao-do-sudao-uma-historia-sem-fim.html

Sobre a Irmandade da Boa Morte




quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Cachoeira e São Félix



Fotos tiradas pela turma 8ª C, numa excursão por Cachoeira e São Félix.

Curiosidades sobre a áfrica


  • O deserto do Saara é o maior deserto do planeta e cobre cerca de um do continente africano.
  • O rio Nilo é o segundo rio mais extenso do mundo com seus incríveis 6.690 Km, perdendo apenas para o rio Amazonas.
  • 5 países africanos foram colônias portuguesas e utilizam o português como sua língua oficial. São eles: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé.
  • O continente africano contem cerca de 30 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo cerca de 20,3 % da área total da terra firme do planeta e mais de 900 milhões de habitantes, representando cerca de um sétimo da população mundial. É o terceiro continente mais extenso (atrás da Ásia e America).
  • A África é também conhecido como o "Berço do Mundo".
  • A África possui uma cultura muito ampla e rica tendo 11 línguas oficiais
.
  • A musica "We are The World" surgiu através de uma campanha feita por Michael Jackson, Lionel Richie e mais 45 dos maiores nomes da música norte-americana da época. O projeto ficou mundialmente conhecido como "USA for África".
  • O single, o LP e o clipe renderam cerca de 55 milhões de dólares.
  • A África é composta por 54 países independentes, sendo 48 continentais e 6 insulares. Ainda por 4 províncias (territórios nacionais) e mais de 10 territórios estrangeiros. 
  • Vários Países africanos possuem índices de IDH baixíssimos
Aurélio Filho, aluno da turma 8ª C.

Vídeos...




---------------------------------------------------------Comentário-------------------------------------------------------
Durante um longo período, africanos foram escravos no Brasil e deixaram por aqui suas marcas, costumes e religião. A presença africana se percebe na culinária, na música, no candomblé, umbanda e quimbanda. Os africanos fazem parte da população brasileira pois estão presentes na miscigenação do povo brasileiro. Essa relação é histórica porque foi através do suor do negro que o Brasil se tornou uma grande nação. Portanto, podemos afirmar que uma parte da Africa está no Brasil. Nos vídeos acima podemos notar a semelhança dos problemas sociais entre a África e o Brasil.

Beatriz Piñeiro, aluna da turma 8ª C.

Africanalizando...

O vídeo a seguir foi feito por José João, aluno da  8ªC.




Música utilizada: "Preta" - Daniela Mercury


Letra:


Eu sou preta
Trago a luz que vem da noite
Todos os meus santos
Também podem lhe ajudar
Basta olhar pra mim pra ver
Por que é que a lua brilha
Basta olhar pra mim pra ver
Que eu sou preta da Bahia
Eu tenho a vida no peito das cores vivas
No meu sangue o dendê se misturou
Tenho o fogo do suor dos andantes
E a paciência do melhor caçador
Eu sou preta
Vou de encontro à alegria
Minha fantasia é mostrar o que eu sou
Vim de Pirajá cantando pra Oxalá
Pra mostrar a cor do alá de Salvador
Eu sou preta, mãe da noite, irmã do dia
Sou do Cortejo Afro encantador
Filho de Ilê Ayê, Ghandi Mestre Pastinha meu amor
Vou misturar o que Deus não misturou
Um abraço negro
Um sorriso negro
Traz. felicidade
Negro sem emprego
Fica sem sossego
Negro é a raiz da liberdade
Negro é uma cor de respeito
Negro é inspiração
Negro é silêncio, é luto
Negro é a solidão
Negro que já foi escravo
Negro é a voz da verdade
Negro é silêncio é a luta.
Negro também é saudade
Começou com a tal escravidão.
Onde todo o sacrifício era nas costas do negão
Hoje ta tudo mudado e o negro ta ligado.
Atrás de um futuro melhor considerado.
Respeito amor dignidade atitude.
Trabalho dinheiro cidadania e saúde.
E para o nosso país integração.
E para o nosso povo paz e união.
Preta.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

É Recôncavo, é importância!


É inadmissível negar a importância do Recôncavo Baiano para a sociedade, especialmente para o povo afrodescendente. As cidades Santo Amaro, Cachoeira, São Félix, São Francisco do Conde, Maragogipe e Jaguaripe formam o conjunto com maior peso cultural do recôncavo, onde ainda encontram-se resquícios da cultura, história e costumes dos escravos baianos.
A história do negro no Brasil é ilustrada na região a partir da crise da cana e açúcar, quando, muitos escravos mudaram-se junto aos seus senhores, empenhados na plantação de tabaco que era a nova promessa agrícola do país. Esses negros trouxeram consigo da capital importantes características de sua cultura que se tornaram símbolo dessa parte do estado como o samba, o estilo barroco –notado nas construções antigas da cidade- e sua religião, mantida até hoje.
A Irmandade da Boa Morte, que fica em Cachoeira, é uma grande prova que o Recôncavo Baiano tem para demonstrar sua importância. A irmandade, constituída por mulheres, é a única reconhecida por todas as Américas. O sincretismo religioso desse grupo é executado principalmente durante a festa da Irmandade da Boa Morte quando 23 mulheres negras e mestiças representam a ancestralidade dos africanos escravizados e libertos do Recôncavo na festa anual realizada pelo grupo. Em 2012 tal festa foi reconhecida pelo governo da Bahia como patrimônio material do estado.
Assim, o Recôncavo Baiano, muitas vezes ignorado pela população do estado, prova que possui muito à mostrar. Antes de ignorar e desprezar o que não se conhece, é preciso aprender e então o cidadão ira maravilhar-se com a quantidade grande de informações que encontrará sobre essa parte tão pequena da Bahia, de onde principalmente o negro, deve orgulhar-se de fazer parte dessa história.

Letícia Neves Teixeira, Julia Coutinho e Rebeca Braga, alunas da turma 8ª C.



Casa do Benin


Inaugurada em 1988, a Casa do Benin resultou do intercâmbio mantido entre a Bahia e o país africano Benin, através da cidade de Cotonou.
Após uma reforma executada pela arquiteta Lina Bo Bardi – que manteve as linhas externas do casario secular, mas modernizou os espaços – a casa abriga uma rica coleção de objetos e obras de arte da região do Golfo do Benin, de onde veio a maioria dos negros que povoaram o Recôncavo Baiano.
A maior parte do acervo foi colecionada pelo antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger em suas andanças pelo continente africano. O espaço abriga também exposições temporárias e oficinas artísticas. 


----------------------------------------------------------Comentário------------------------------------------------------
É de grande importância que existam museus afro-brasileiros em Salvador, pois nos mostram a grande influência do continente africano no Brasil. Esses museus trazem grande conhecimento em relação ao nosso passado e a nossa história. Para que o país siga um rumo melhor nos campos da educação e da cultura, precisam existir mais museus como a Casa do Benin e a Casa de Angola, por exemplo, que trazem mais conhecimento cultural ao povo, e, acima de tudo, é necessário que as pessoas se interessem em visitar os museus.

Joy Barreto e Lucas Senes, alunos da turma 8ª C.

Abaixo, um vídeo da senadora Lídice da Mata falando sobre a importância do Museu Afro-Brasileiro instalado no Centro Histórico de Salvador.
 



Igreja do Rosário dos Homens Pretos


"A Igreja localizada na depressão do Taboão, Largo do Pelourinho, além da sua importância enquanto arquitetura religiosa colonial é um símbolo de resistência de diversos grupos étnicos de origem africana. Construída no século XVIII, para além dos muros da antiga Salvador, compôs vetor de expansão urbana rumo ao Monte Carmelo (Carmo)."
A igreja do rosário dos homens pretos é um ícone do trabalho negro. Começada em 1704, pelos membros da Irmandade de Nossa Senhora dos Homens Pretos do Pelourinho, os escravos  alforriados que trabalhavam nessa obra apenas no momento de folga. Atualmente é um monumento histórico cultural e social que representa a identidade negra africana no Brasil. 




No interior, destacam-se os azulejos sobre a devoção ao rosário, fabricados em Portugal e datados de c. 1790.Nos fundos da igreja existe um antigo cemitério de escravos. Preservando sua história ligada aos negros, a liturgia dos cultos faz uso de música inspirada nos terreiros de Candomblé. Nas datas comemorativas de Santa Bárbara e Iansã a igreja é o ponto central dos festejos.












Diáspora


O conceito de diáspora está relacionado ao deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona para outra distinta. Em termos gerais, diáspora pode significar a dispersão de qualquer povo ou etnia pelo mundo. A palavra foi originalmente criada para designar a migração e colonização. Como objetivo principal desse artigo, temos a relação entre o tráfico negreiro para o Brasil, o retorno dos negros alforriados (os retornados) e o conceito de diáspora.
O tráfico no Brasil teve grande crescimento com a expansão da produção de açúcar a partir de 1560, e com a descoberta de ouro no século XVIII. Na viagem para o Brasil, muitos dos negros embarcados morriam, mas no final do percurso, sempre havia lucro. Dessa forma, concluímos que o tráfico negreiro provocou um dos maiores deslocamentos populacional da história da humanidade, já que muitos africanos foram escravizados e exportados para a América.
Os negros que embarcaram à procura de suas regiões de origem na África, foram após a abolição da escravidão, ou como fugitivos, antes da Lei Áurea. Eles ficaram conhecidos como “os retornados” e tinham duas opções: Ou voltavam para onde haviam nascido, ou estabeleciam-se nas cidades da costa. Voltar para sua cidade natal apresentava muitas dificuldades, pois as comunidades do interior haviam sofrido com a invasão de outros povos e consequentemente, aprenderam a guerrear e passaram a se defender violentamente. Além disso, muitos desses homens haviam deixado à África por muito tempo, e outros tinham nascido no Brasil. Por conta disso, eles optaram pela segunda alternativa, que seria a de permanecer na costa, cujos retornados dominavam a língua portuguesa e a de difundir sua cultura pela região.
---------------------------------------------------------Comentário-------------------------------------------------------
Vimos que a diáspora, além de seu real significado, foi conceituada e ligada à história do Brasil com o tráfico negreiro e o retorno dos negros alforriados, fatos de grande relevância. As dificuldades enfrentadas pelos africanos na época em que estes foram retirados de seu lugar de origem para um continente desconhecido serviu para que eles se rebelassem e ficassem conhecidos como “os retornados”, que foram a transformação e a “volta por cima” para terem o reconhecimento que tem hoje através de sua história.

Juliana Carvalho e Katharina Soria, alunas da turma 8ª C.

Fontes: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/a_diaspora_africana.html ; http://www.portalorixas.com.br/1/index.php?option=com_content&view=article&id=59:retornados-africanos&catid=37:voce-sabia&Itemid=74

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Zumbi dos Palmares


Zumbi dos Palmares foi um dos negros que marcou mais profundamente a história do Brasil, tornando-se um símbolo de liberdade e da resistência da população escrava. Durante  anos chefiou e defendeu o Quilombo dos Palmares, deixando seu posto somente na morte, em 20 de novembro de 1695, no dia da queda do quilombo que liderava. Sua morte foi um marco na história em razão da grandeza de sua vida, e por isso, atualmente a data representa, como homenagem a zumbi, o dia da consciência negra no país.
Entretanto, o feriado se caracteriza como feriado regional  e por isso não é celebrado em todo o espaço nacional, como na cidade de Salvador, Bahia, metrópole que comporta a maior população negra fora do continente africano e que apesar desse fato, ao contrário das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, não considera essa data como feriado oficial sob alegações de que a cota de feriados municipais já esta cheia, impossibilitando a oficialização da data como feriado na cidade.











- Luis Eduardo, aluno da turma 8ª C.

Nelson Mandela e Desmond Tutu contra a Apartheid


A África do Sul foi uma região dominada por colonizadores de origem inglesa e holandesa que, após a Guerra dos Boeres (1902) passaram a definir a política de segregação racial como uma das fórmulas para manterem o domínio sobre a população nativa. Esse regime de segregação racial - conhecido como apartheid - começou a ficar definido com a decretação do Ato de Terras Nativas e as Leis do Passe.
"O Ato de Terras Nativas" forçou o negro a viver em reservas especiais, criando uma gritante desigualdade na divisão de terras do país, já que esse grupo formado por 23 milhões de pessoas ocuparia 13% do território, enquanto os outros 87% das terras seriam ocupados pelos 4,5 milhões de brancos. A lei proibia que negros comprassem terras fora da área delimitada, impossibilitando-a de ascender economicamente ao mesmo tempo em que garantia mão de obra barata para os latifundiários brancos.
Nas cidades eram permitidos negros que executassem trabalhos essenciais, mas que viviam em áreas isoladas (guetos).
As "Leis do Passe" obrigava os negros a apresentarem o passaporte para poderem se locomover dentro do território, para obter emprego.
A partir de 1948, quando os Afrikaaners (brancos de origem holandesa) através do Partido Nacional assumiram o controle hegemônico da política do país, a segregação consolidou-se com a catalogação racial de toda criança recém-nascida, com a Lei de Repressão ao Comunismo e com a formação dos Bantustões em 1951, que eram uma forma de dividir os negros em comunidades independentes, ao mesmo tempo em que se estimulava a divisão tribal, enfraquecia-se a possibilidade de guerras contra o domínio da elite branca.

Revoltas:

Em 1960 cerca de 10.000 negros queimaram seus passaportes no gueto de Sharpeville e foram violentamente reprimidos.
Greves e manifestações eclodiram em todo o país, combatidas pela com o exército nas ruas.
Ruptura com a Comunidade Britânica (1961)
Fundada a Lança da Nação, braço armado do CNA
Em 1963 Nelson Rolihlahla Mandela foi preso e condenado a prisão perpétua.
Durante a década de 70 a radicalização aumentou, tanto com os atos de sabotagem por parte da guerrilha, como por parte de governo, utilizando-se de intensa repressão.
Na década de 80 o apoio interno e externo à luta contra a Apartheid se intensificou, destacando-se a figura de Winnie Mandela e do bispo Desmond Tutu.
A ONU, apesar de condenar o regime sul-africano, não interveio de forma efetiva, nesse sentido o boicote realizado por grandes empresas deveu-se à propaganda contrária que o comércio com a África do Sul representava.
A partir de 1989, após a ascensão de Frederick de Klerk ao poder, a elite branca começa as negociações que determinariam a legalização do CNA e de todos os grupos contrários à Apartheid e a libertação de Mandela


Hoje Desmond Mpilo Tutu (Klerksdorp, 7 de outubro de 1931) é um arcebispo da Igreja Anglicana consagrado com o Prêmio Nobel da Paz por sua luta contra o Apartheid em seu país natal. Desmond é o primeiro negro a ocupar o cargo de Arcebispo da Cidade do Cabo, sendo também o Primaz da Igreja Anglicana da África Austral entre 1986 e 1996 e Nelson Rolihlahla Mandela (Mvezo, 18 de julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999, considerado como o mais importante líder da África Negra, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993, e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.
----------------------------------------------------Comentário-----------------------------------------------
Esses dois principais símbolos da revolta contra a Apartheid, juntamente com Steve Biko, foram de fundamental importância para a liberdade dos negros, já que figuras de altos cargos e influência na qual possuía suas raízes na África do Sul quiseram lutar ao lado do sofrido povo sul-africano.

Steve Biko: sua fundação e história


O Instituto Cultural Beneficente Steve Biko é uma organização sem fins lucrativos localizada na cidade de Salvador, na Bahia que tem como uns dos objetivos promover a ascensão da comunidade negra pela inclusão educacional. O nome Steve Biko, foi escolhido pela ONG dando homenagem ao líder afrodescendente sul-africano Bantu Stephen Biko (Steve Biko), um dos maiores idealizadores do movimento de Consciência Negra.

  Um dia, um adolescente foi expulso da escola Lovedale, em King William’s Town, na África do Sul. A alegação da direção era “comportamento subversivo”. Foi transferido para outra instituição na região litorânea de Natal. Terminando o ensino médio, ingressou na Escola de Medicina da Universidade de Natal, na seção destinada aos negros. Era a década de 60 do século passado, e o país do jovem estava em plena Apartheid, o vergonhoso regime de segregação racial comandado pelo governo, então nas mãos de uma minoria branca. Na faculdade, o caráter contestador do regime de Steve continuou. Começou a atuar na União Nacional dos Estudantes Sul-africanos. Só que o grupo também era dominado por minoria branca, e os direitos dos estudantes negros não eram tão defendidos na prática. Biko saiu dela e fundou a Organização dos Estudantes Sul-africanos (SASO, na sigla original). Além dos direitos dos discentes, a SASO providenciava auxílio médico e legal a comunidades negras desfavorecidas, além de ajudar no desenvolvimento de trabalho em sistema doméstico (o empregador dá ferramentas e matéria-prima, e a produção pode ser feita em casa).
"A arma mais forte nas mãos do opressor é a mente dos oprimidos"

  Chega 1972, e Biko é co-fundador da Black People’s Convention (a BPC – “Convenção dos Negros”, em tradução livre), entidade que trabalhava em projetos de desenvolvimento social nos arredores de Durban e acabou por reunir 70 diferentes grupos de consciência negra. Foi eleito o primeiro presidente da organização. Mas o governo segregador já o via com maus olhos. Tão logo foi eleito líder da BPC, foi expulso da universidade. Começou a trabalhar em tempo integral em sua missão social.
Biko chamava mais atenção por sua batalha diária. Suas palavras soavam cada vez mais alto, incitando a população negra a lutar por seus direitos, cada vez menos respeitados pelas autoridades segregacionistas. O governo apertava seu controle “antiterrorismo”, e o “inconveniente” Biko chegou a ser preso quatro vezes entre 1975 e 1977. Na última, em 21 de agosto de 77, foi detido pelas forças de segurança policiais em uma blitz. Seguiu-se o “interrogatório” padrão das autoridades da época: tortura.
De tanto apanhar, especialmente com golpes na cabeça, o revolucionário ex-estudante de medicina começou a demonstrar um comportamento apático, “não cooperativo”, segundo os dirigentes do cárcere. Em 11 de setembro, o rapaz já estava em um estado contínuo de semiconsciência. O médico da prisão aconselhou que Steve fosse levado a um hospital.
Jogado nu e sem qualquer proteção na traseira de um Land Rover, Biko foi levado numa viagem de 1,2 mil quilômetros rumo a Pretória, aos solavancos. No dia seguinte, chegava ao Presídio Central da cidade, jogado no chão de uma cela fria do jeito que estava, despido e quase inconsciente.

                                                           “O homem está morto”

Vendo que o prisioneiro não se mexia, os carcereiros chamaram um médico, não prestando qualquer socorro a ele até que o profissional chegasse. O médico, ao examinar Biko, só pôde levantar os olhos para os guardas e dizer: “O homem está morto.” Causa da morte: danos cerebrais.
A comunidade negra sul-africana entrou em polvorosa. A versão oficial da morte de Biko, proferida pelo então ministro da Justiça, James Kruger, sugeria que o prisioneiro havia morrido após longa greve de fome. Mas a grande pressão da imprensa internacional (com Don Woods à frente das apurações) fez cair por terra a alegação de suicídio. Foi reconhecido pelo governo, publicamente, que Steve morreu de danos cerebrais sofridos durante uma briga na prisão, mas ninguém foi responsabilizado, por conveniente “falta de provas”.
O funeral do ativista atraiu às ruas centenas de milhares de sul-africanos, num protesto que entrou para a vergonhosa história mundial da segregação racial.
A morte de Biko agitou o planeta, e logo ele foi alçado a mártir, inspirando outros a lutar pela igualdade dos direitos entre negros e brancos. Mas o governo da África do Sul apertou o cerco, e baniu organizações (principalmente as em que Biko trabalhou) e pessoas que se manifestassem contra seu abuso de poder.
Ainda assim, a pressão internacional por providências era grande. Em 1979, uma quantia simbólica (o equivalente a cerca de US$ 25 mil na época) foi dada como indenização à família Biko, que passava grande dificuldade. Os três médicos envolvidos no caso da morte de Steve foram exonerados pelo Comitê de Disciplina Médica da África do Sul, mas nada aconteceu a eles até um segundo inquérito, em 1985. Os cinco policiais envolvidos no caso foram anistiados em 1997, durante a Comissão de Verdade e Reconciliação, ação realizada pelo novo governo sul-africano após o fim da Apartheid (1994). A família Biko resolveu não recorrer.
Em 2003, em uma tentativa por parte de organizações de luta pelos direitos humanos de o caso ser retomado, o Ministério Público sul-africano deu o parecer final: confirmou a anistia aos policiais quanto à morte de Biko, pela ausência de testemunhas. A acusação tentou encaixar os policiais no crime de lesão corporal seguida de morte, mas o crime, segundo as leis do país, já teria prescrito (não era mais passível de processo criminal, pelo tempo decorrido).

Filmes: “Um Grito de Liberdade”

-------------------------------------------------------Comentário---------------------------------------------------------
Steve Biko foi torturado e morto por lutar pelos seus direitos de cidadão e deixou dois filhos. Hoje, o mais velho, seguindo os passos do pai, é presidente da Fundação Steve Biko na África do Sul, e luta contra a desigualdade racial que ainda é de muita abrangência na atualidade.
Caio Gabriel e Thiago Castro, alunos da turma 8ª C.

Barack Obama: o primeiro presidente negro dos Estados Unidos


Desde a sua independência em 4 de julho de 1776, até o dia 20 de janeiro de 2009, os EUA nunca haviam tido um presidente negro.
A Guerra Civil que dividiu o país em 1861 tinha como objetivo das partes: o norte visava uma nação unida, sem o uso de escravos e queria que os mesmos fossem livres, tornando-os cidadãos. Já o sul queria continuar com a exploração maciça dos escravos em todos os setores de produção. Com a vitória do norte em 1865, os EUA foram unificados e liderados pelos princípios do Iluminismo, diziam-se uma nação em que todos os seus cidadãos eram livres e iguais.
Acontece que, logo nos primeiros anos após a Guerra Civil, a grande maioria dos negros não podia exercer atividades consideradas nobres. Ofícios como: medicina, advocacia, carreiras militares, etc, não eram ocupados por negros, e até mesmo o porte de armas de fogo não era direito deles.
Essas características do racismo eram comuns há até pouco tempo, mas após George W. Bush (filho), o penúltimo presidente dos EUA, ter sido substituído por Barack R. Obama, atual presidente do país e o primeiro negro a ocupar o cargo, então todas essas desavenças e desigualdades foram perdendo o lugar e o sentido.

Nos dias de hoje é esperada a reeleição de Obama na próxima candidatura a presidência, já que não foram poucas as lições de vida e melhorias igualitárias para com a sociedade que este homem ensinou e proporcionou.
Espera-se que outras nações de suma importância, como o Brasil, conscientizem-se de que não existem e nunca existirão motivos para conflitos sociais desse nível.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Trabalho escravo

Os africanos foram trazidos para trabalhar num dos ramos mais avançados da indústria ocidental no século XVI: a indústria açucareira.
A mão de obra escrava foi empregada em atividades que exigiam trabalho qualificado, tais como conserto de barris, tinas (tanoeiros), atividades de preparação do açúcar, atividades de ferreiros, etc.
Os primeiros africanos chegaram aos engenhos do Recôncavo Baiano, uma das regiões pioneiras no estabelecimento da economia açucareira.

O trabalho do negro substituiu o do indígena por várias razões:


Uma dessas razões, por exemplo, foi por ser a mão de obra negra mais qualificada do que a   indígena. Outra forte razão foram os altos lucros que o tráfico de escravos africanos rendia para os comerciantes. O tráfico era, sem dúvida, uma das atividades mais lucrativas do sistema colonial.
A partir da segunda metade do século XVI, os africanos foram pouco a pouco substituindo os índios, também nos partidos de cana. São as seguintes, as razões que explicam esta substituição:

o    Declínio da população nativa;
o    Sua inexperiência e resistência ao trabalho contínuo na lavoura;

O interesse português no tráfico de escravos africanos, tendo em vista a sua lucratividade.

-------------------------------------------------------Comentário---------------------------------------------------------
A mão de obra escrava, na maioria das vezes de negros, era valorizada na época da colonização, pois era mais qualificada em relação à mão de obra indígena. Além disso, o lucro que eles obtiveram com o tráfico de escravos era de extrema importância no período colonial por ser alto e, pouco a pouco, eles substituíram totalmente os índios.

Matheus Malheiros e Luiz Gustavo, alunos da turma 8ª C.

Economia do Recôncavo Baiano


Todos os produtos gerados  no Recôncavo eram transportados através de seus rios - Subaé, Paraguaçu e Jaguaribe - e alcançavam o "o porto da Bahia". As principais mercadorias eram "víveres", ou seja, produtos alimentícios, o que evidencia que Salvador, então uma das maiores cidades do Hemisfério Sul,  dependia do Recôncavo para ser abastecida.


O intenso movimento de barcos e saveiros - é  estimado em mais de uma centena  o número de viagens semanais -  transportando a  produção nativa e,  na volta, levando para as vilas e povoações as "mercadorias de Portugal"  fazia com que cidades como Cachoeira fossem importantes entrepostos comerciais.  Essa  atividade econômica fez do Recôncavo Baiano uma das regiões mais importantes durante o Brasil Colonial.
O fluxo de comércio entre a Metrópole e a Colônia era muito complicado devido às dificuldades  que os tecidos e vinhos, principais itens da pauta de importações,  enfrentavam na Colônia. Ao tempo em que faz um balanço da produção colonial de açúcar e tabaco, e da então nascente lavoura do algodão, no Brasil.

-------------------------------------------------------Comentário---------------------------------------------------------
Devido à grande quantidade do movimento mercantil no recôncavo baiano, principalmente em Cachoeira, a Bahia se tornou um dos estados mais importantes do Brasil Colonial. Com sua economia baseada quase totalmente na área agrícola, o Recôncavo Baiano era um dos principais produtores alimentícios do Brasil, tornando a nação brasileira extremamente dependente da Bahia.

Matheus Malheiros e Luiz Gustavo, alunos da turma 8ª C.

Quilombos


Foi ao longo dos séculos XVIII e XIX que se formou a maior parte dos quilombos no Recôncavo Baiano. Ao fugir para esses aldeamentos, conhecidos também por mocambos, o escravo conquistava a garantia de autonomia e de liberdade de ação e de movimento.
Segundo o historiador Vicente Salles, a fuga para os mocambos representava, no início, uma solução difícil e arriscada. O escravo aventurava-se sozinho, indo abrigar-se, muitas vezes, em aldeias indígenas.
Com o tempo, aprenderam a se organizar. A fuga passou a ser uma estratégia coletiva de resistência ao regime escravista. Surgiram personagens como os acoitadores, que se encarregavam de dirigir os grupos de fugitivos para os quilombos e se tornaram os principais inimigos dos proprietários de escravos.
Organizada a fuga, os quilombos cresceram rapidamente, pois eram o principal foco de atração dos negros que escapavam das cidades e das fazendas. A fuga de escravos tornou-se um processo contínuo e rotineiro a partir da segunda metade do século XVIII e início do XIX, quando também aumentaram as notícias sobre os quilombos na imprensa local.



---------------------------------------------------------Comentário-------------------------------------------------------
No começo, os escravos fugiam sozinhos numa aventura arriscada e de árdua execução, e quase sempre se abrigavam em ocas indígenas. Com o passar do tempo os fugitivos foram aprendendo a se organizar, tornando a fuga numa simples estratégia para resistir ao regime imposto pelos colonizadores.  

Matheus Malheiros e Luiz Gustavo, alunos da turma 8ª C.